quinta-feira, 17 de outubro de 2013

POEMAS DO DESESPERO - O CANTO DA ALMA ( A SEREIA )





Já as trevas me conquistam
E soam  trombetas de morte
Pois meus olhos não avistam
A Estrela apontando o norte

Porque eles foram cegados
Não comprovam a luz do dia
Ao se verem aprisionados
Pelos olhos de "Melancolia"                                                      

Foi na praia da Saudade
Areias de Portugal
Que vi a mão da divindade
Errando naquele areal

E nestes versos de desalento
Que, no meu Outono, componho
Descrevo o encantamento
Nunca visto, ainda que em sonho

Ou serão versos de Primavera
Levada na lágrima tardia
Furtiva, porque quisera
Não a verter nesse dia

Tarde de Estio, resplandecente
Até ao instante da aparição
Que confundiu, prepotente
O ciclo de cada Estação

Porque a Primavera, cintilante
Na Lusa costa irrompeu
Amansando o Verão escaldante
Pois também ele cedeu

Porque a mais bela das sereias
Que, fora do mar, nunca houvera
Alvoroçando as areias
Acendeu a mecha da guerra

E até o Sol, estarrecido
Esquecendo a sua missão
Enfraqueceu, derretido
Perante aquela visão

E cometas se desviaram
Da sua órbita ancestral
Enamorados, espreitaram
Entrando em rota letal

E as Galáxias que divagavam
Para lá do alcance das mentes
Ciumentas, se aproximavam
Semeando o pânico nas gentes

E os vulcões de outras Eras
Que descansavam, adormecidos
Com a violência de mil feras
Acordaram, enlouquecidos

E desfruindo do desalinho
E falindo a lei da atracção
A Lua elege um caminho
E escapa da escravidão

E ante a ameaça eminente
De derrocada universal
Acorre aquele Continente
Que se julgava irreal

E das profundezas marinhas
Onde há milénios repousava
Dum coro de sereias rainhas
Um cântico, à praia, chegava

Um canto, um hino de dor
Um choro, um lamento profundo
Fora fecundado por um amor
Há muito extinto no mundo

E um gigantesco turbilhão
Se giza nas águas do mar
É a Atlântida, em emersão
Ajoelho, no solo, a rezar

Fauna e flora estranhas
Uma atmosfera inaudita
Imagens áureas, tamanhas
Um arco-íris que se agita 

Palácios em oricalco
E o templo a Poseidão
Canais e pontes, o palco
Narrado por Platão

E sereias, apenas sereias
Se divisavam no horizonte
Nas torres e nas ameias
Rodeando cada fonte

E do canto que entoavam
Em sedutora harmonia
Uma palavra sublinhavam
Era um nome, " Melancolia "

“Melancolia, Rainha primeira
Do teu engano, desperta
Nossa guia, timoneira
Desse areal, deserta.

Procuras os marinheiros
Que, por ti, se enfeitiçaram
Os intrépidos pioneiros
Que os mares já dominaram?

Dos navegantes e caravelas
Em que se faziam à aventura
Não resta mastro nem velas
Nem tão pouco a sepultura

Nem carracas, nem galeões
Nem Cabral, nem o Infante
Nem mosquetes ou canhões
Nem astrolábio ou quadrante

Já não reina D. João Segundo
Nem a Ínclita Geração
A ética repousa no fundo
Dos mares da depravação

Não verás armaduras ou espadas
Condestáveis ou almirantes
Não navegam quaisquer armadas
Sem bússola, os governantes

Não mareia barca ou barinel
Mas crapulosos pragmáticos
Sujam os legados de D. Manuel
Dos cartógrafos e matemáticos

A madeira e o cordame das naus
Que levaram Portugal ao Japão
Serviram nas forcas e degraus
Das fogueiras da Inquisição

Não verás portulano ou padrão
Duelo, conquista, tomada.
Mas o magistrado poltrão
E a juventude extraviada.

Aí só escutarás lamúria
E gente desgovernada
Manipulada e na penúria
Temerosa, acomodada”

E o olhar da céptica Rainha
Voa, da realidade, fugindo
E nos olhos da face minha
Pousam, a verdade exigindo

Denotando tal tristeza
Que nunca ousara imaginar
Dobravam a sua beleza
Que nem sei como narrar

E no seu olhar perscrutando
E nas lágrimas que se libertavam
Vi o Adamastor triunfando
E caravelas que se afundavam

E vendo a vergonha que ostento
Em meu rosto padecido
Deixou escapar um lamento
O mais tocante gemido

E antes de tornar ao mar
Escapando da afronta sofrida
Pune-me, num derradeiro olhar
Deixando-me de visão perdida

Mas tendo a Lua partido
Das marés, a Terra privando
E vendo meu povo dormido
E o futuro dos seus minando

E sabendo que não há Luar
Nem nada porque me bater
Se nada me poderá inspirar
Apenas me restará sofrer

E se o Luso, na História vomita
E se não diviso a Estrela do Norte
Já a escuridão me conquista
Soam, já, trombetas de morte 






Nasci em Angola. Mas a História me fez Português. Não há quem não saiba que Portugal se trata de um país saqueado e tomado pela mais nojenta gente que, nunca, ninguém julgou ser possível. Desde 1974, grupos de bandoleiros formaram partidos políticos que, sem precisarem de armas e aproveitando-se da revolução dos cravos, ocuparam e deitaram a mão a tudo. Hoje, os pensionistas e trabalhadores são espoliados dos seus rendimentos para se protegerem os mais de 250.000 incompetentes colocados, por todos os partidos, em milhares de institutos e fundações e inúmeros lugares da função pública, roubando o lugar a outros. E nos 308 municípios? Destes, mais de 200 são inúteis porque não há população ( está no cemitério ou emigrou). Conheço terras do interior em que a população diminui 90% . Os bandidos dos partidos, aí, cresceram. Deveriam ser estes inúteis a irem engrossar a lista de desempregados. Dezenas de milhar de motoristas. Diplomas comprados. Protegidos por um aparelho judiciário que não passa de gás anal mal cheiroso e por uma comunicação social que não passa de papel higiénico, deram-se ao luxo de criar um banco de onde roubaram mais de 7.000 milhões de Euros. Que os mais pobres estão a pagar. E os ladrões a passearem, impunes.
 As forças policiais estão impedidas de se aproximar dos seus santuários, as discotecas. Aí, se fosse feita uma rusga, seriam encontrados os mesmos figurões e figurantes que humilham os polícias nos tribunais. E quem, por engano, entrar nesses locais infestados de drogas, álcool e bandidos de toda a espécie ( traficantes e autarcas, advogados e magistrados, proxenetas, comentadores de televisão, políticos, etc) julgaria estar a assistir a uma sessão do parlamento. Entre seringas, álcool e Euros, se preparam as leis e as sentenças. É esta a malandragem que ocupa este país. Os bons, os melhores, mais qualificados e com valores, foram empurrados para a emigração. Em vez de correrem com os ladrões, correram consigo próprios. Para os que ficaram e que não fazem parte destes gangs não é necessária a repressão para os trazer com trela. Bastou a televisão e o pontapé na bola. Uma caixinha e pontapés.
Mas houve outros que, antes de inventarem a televisão e o futebol, construíram a mais brilhante história de que poucos países se podem gabar de ter. E foram tantos, tantos.
Mas nasci em Angola. Brinquei, em criança, com alguns dos actuais poderosos e ricos Angolanos  ( Oh Nelson! Eras tão fraquinho na escola. Ninguém dava nada por ti. Da última vez que soube de ti, eras um homem rico e poderoso. Não sei se estarás vivo. Morrerás, como eu. Só que eu vim para semear. Tu vieste para colher. Morrerei com as mãos cheias de alma. Tu, com as mãos cheias de almas?) que se mataram uns aos outros, durante décadas, porque há, no subsolo, muitas riquezas naturais. Naturais. Isso mesmo. Sempre lá estiveram. Não são de ninguém. São de todos. Mas, como em todos os tempos e em todos os continentes, os grandes empresários e capitalistas sempre nasceram de forma dúbia. E Angola necessitava de uma classe empresarial. E o que se passa em Angola é com os angolanos. Só que o papel higiénico oficial de Angola (jornal?), resolveu confundir os bandoleiros que saqueiam Portugal, com o povo português. E esqueceu a História de Portugal. E o Infante, o Gama, o Cabral e tantos, tantos outros marinheiros. E matemáticos (Pedro Nunes) e cartógrafos.
E Amália. E Eça. E Camões. E Pessoa. E milhares de outros. Temos uma história. E a cultura
e a educação não se pode comprar nem roubar. Haverá algum imbecil que confunda os Alemães actuais, com os nazis de há 70 anos? E os Franceses, com os massacres cometidos pelas tropas de Napoleão? E os Portugueses actuais com os colonialistas? Os Estados Unidos lutaram contra os Ingleses. Hoje são povos irmãos. Algum imbecil se atreve a insultar a Grécia, berço da civilização Ocidental e que hoje, enganada pelos políticos, se encontra em dificuldades?
Mas nasci em Angola. Na cidade alta, donde se via a Praia do Bispo. Hoje, segundo sei, é um bunker. Gostaria de, um dia, com orgulho, dizer: sou Angolano. Porque, actualmente, não posso dizer que tenha orgulho de ser português. Apesar de ter orgulho na história de Portugal. Nas condições actuais, quando ouço alguém dizer que sente orgulho é porque já roubou, pensa roubar ou está a aproveitar-se do roubo praticado por algum dos seu ascendentes. Quando entenderão os donos dessas marcas de papel higiénico (jornais?)  de cá e de lá que o povo não lê o que lá se escreve? Apenas serve para limpar o traseiro. E, por cá, há muito mais marcas. Sabem, meus irmãos do povo angolano (Esquecia-me de ti, Pascoal) que aqui há muitas marcas de papel higiénico (revistas?) cor-de-rosa? É verdade! São umas revistas que vasculham as vidas dos nossos ganzados mais badalados. E o pagode gosta dessas marcas. É o papel higiénico mais vendido. Apesar de FERNANDO PESSOA. Tenho muito orgulho na história de Portugal. Nenhum mortal, por mais rico que seja, a conseguirá apagar ou menosprezar. Ela permanecerá. O novo-rico morrerá. Eu também. Triste, sem uma pátria da qual me possa orgulhar. Um apátrida. Ser-se ladrão, mesmo que protegido por capangas bem armados e por uma justiça fantoche, não dá o direito a nenhum presumido iluminado de insultar a História de qualquer país.

ENTRETANTO, EM TERRA DE TUGA, UMA NOVA IDEOLOGIA FOI INVENTADA: O TUGANISMO. DERRETEU TODOS OS OUTROS ISMOS ( FASCISMO, NAZISMO, COMUNISMO, SOCIALISMO, CRETINISMO, OPOTUNISMO, CHICO-ESPERTISMO, ETC. ). CONSISTE NO SEGUINTE: BANDOS DE LADRÕES SALTAM DO GOVERNO PARA O PARLAMENTO E DO PARLAMENTO PARA O GOVERNO, DURANTE DÉCADAS. LEVAM AS PESSOAS AO SUICIDIO E À IMIGRAÇÃO FORÇADA. ESSES TERRORISTAS FORAM ESCOLHIDOS PELOS TERRORISTAS QUE DOMINAM AS CONCELHIAS E DISTRITAIS. SÃO ESTES DELINQUENTES QUE  ESCOLHEM OS DEPUTADOS E O CHEFE DO PARTIDO, FUTURO PRIMEIRO MINISTRO


O TUGANISMO EM ACÇÃO

MATERIAL DESTINADOS A TODOS AQUELES
QUE LEVAM A DESGRAÇA, A FOME E A MISÉRIA
A TODO UM POVO. O AZAR É QUE, POR CADA FILHO
DA PUTA QUE MORRE, HÁ 10 À ESPERA PARA O SUBSTUITUIR



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