segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

POEMAS DO DESESPERO - O BARCO DO AMOR



No tempo me vou enredando
Indecisões, desertos sem fim.
No tempo, em cruzadas, lutando
Nem o vejo, a passar por mim

Em busca da felicidade
Não sei se aqui ou ali
E se me vem a saudade,
Dos amores que perdi?

Mas meu coração inquieto
De renuncias, medo, inação,
Porque, eu mesmo, me manieto
O que só me traz frustração

E grita minha alma chorosa
Irmã da mente tristonha
Que exprima em cada prosa
Sonhos que o coração sonha

E que sonha, o que implora,
Meu coração dividido?
Que ao romper de uma aurora
Irrompa um amor prometido

Que tarde ou cedo virá
Trará paz, luz, harmonia
Um imenso encanto terá
Renascerei nesse dia

Mas, amor, assim escondido,
Não temes que passe a hora?
Virei a estar arrependido,
De te lançar, borda fora?

Para fora do meu navio
Que mete água, mas flutua.
Que ainda sobe o meu rio
E que, como sempre, recua

É que sendo o rio juncado
De minas, por explodir,
É um barco condenado
A ninguém poderá servir´.

Ainda procura um caminho
Aguas calmas, para navegar.
Achará, algures, um portinho,
Poderá, talvez, serenar?