segunda-feira, 5 de novembro de 2012

POESIA DO DESESPERO - O DESESPERO






Alma soluçante, em farrapos
Espantada com a servidão
Das gentes, míseros trapos
Quais escravos, na mansidão.

Povo meu, força exaurida
Do teu pensar tresmalhado
Porquê servo, mente falida
Por escroques, sodomizado.

E creste que tanto era teu
Quando, de ninguém, nada é
O paraíso se te prometeu
Rastejas, penhorado, sem  Fé.

E vergonha, a fome aparece
Em lares de ida abastança
É a esperança que anoitece
É a desventura que avança.

Mas a migalha ainda sobeja
Nos banquetes do deputado
Que a faminta criança almeja
Que bastava ao desempregado.

E voltam cíclicas desventuras
A conspurcar a Lusa memória
Lamentoso povo, porque aturas
E te curvas perante a escória.

E mais uma página da história
Se escreve, plena, de agrura
Perdeste as rotas da vitória
Derrotado pela tua brandura

Emigra, foge do pátrio chão
Te aconselham os chacais
Ao voltares com um tostão,
To roubarão, uma vez mais.

E a historia se vai repetir
Até não haver mais Nação
Dá vontade, chorar de rir
Da cobardia em ascensão.

Pobres dos teus descendentes
Quando algo, de ti, buscarem
Tua herança, misérias presentes
Deixaste os cravos murcharem.

Caíste em Alcácer-Quibir
Foi-se o tempo para rezar
És um vivo morto, a existir
Um morto vivo, a agonizar.

Para que serve a tua mão?
Tolhida pela vergonhosa modorra
Desacorrenta-te da escravidão
Luta pela Pátria, antes que morra.


ESTE PATRIOTA, QUEM DESCOBRE ONDE
FOI COLOCADO? Será deputado? Será juíz?
Será autarca? Será um ex-político, assaltante de
bancos ou construtor de autoestradas? Será
um sócio de um dos escritórios de advogados que
cozinham as leis aprovadas no parlamento?

A si, que foi obrigado a emigrar e que durante décadas enviou as suas economias para sustentar os chulos que por cá ficaram e que construíu a sua casa em Portugal, sabia que o vão voltar a roubar
com a nova lei de avaliaçõa de imóveis? Os pariotas das autarquias, todos eles membros dos partidos que destruiram o seu país e que você já teve  de subornar quando construiu a sua casa, ficaram por cá, porque nunca precisaram de trabalhar. Bastou-lhes o cartão do partido. Repare que retiraram o abono de família, roubaram parte das reformas aos aposentados, despedem os mais aptos para manter os das suas quadrilhas, retiram cuidados de saúde e medicamentos aos mais idosos, diminuem os apoios aos desempregados, etc. Já reparou que ninguém tocou nas mordomias que, criminosamente, conquistaram? E as PPS? E os 7.000.000.000 de euros roubados do BPN? Já viu algum destes bandidos ser condenado? E ainda vem para a praça pública uma cândida procuradora dizer que não há corrupção. Para quando, os exames de rotina aos tribunais, para descobrir quais as sentenças ou ausência delas, que foram tomadas sob o efeito de cocaína? Até quando se vai permitir este desvario?
Daqui, humildemente, rogo aos membros do FMI, CEE e Banco Central Europeu ( um deles foi assaltado por um carteirista no TRAM 28 ( elétrico 28 ), que se encontram em Portugal a emprestar dinheiro e a tentar endireitar as contas, que imponham a reforma da Justiça e do poder autárquico, os cancros do País. E que nunca aceitem um governo de salvação nacional do qual façam parte membros dos partidos existententes, sejam eles quais forem. Em nome de Fernando Pessoa, Camões, Vasco da Gama e Amália Rodrigues lhes faço este apelo. Há uns tempos que deixei de publicar a minha poesia. O pagode quer é futebol, telenovelas e uns copos. ARRE!!!!! Mas esta poesia é dedicada a si, que teve que emigrar porque o roubavam e que é roubado porque volta.