segunda-feira, 8 de março de 2010

POEMAS DO DESESPERO - VAGAS DA FRUSTAÇÃO



Nos braços da depressão
Sigo, indiferente, embalado.
Há tanta insatisfação,
Durmo e sonho acordado.
É tal a inquietação
E é tamanho o enfado,
Que a minha inspiração
Que é teu corpo adorado,
Minha doce perdição,
Ainda que desejado,
Não provoca a emoção,
Tão intensa do passado.
E isto porque a paixão,
Foi tudo tão inesperado,
Se sobrepôs à razão,
Que me vi tão enredado,
Nas malhas da contradição,
Na corda dum enforcado.
É imensa a devastação
Há um incendio ateado.
E ignoro a solução!
Seria tu, a meu lado?
Mas depois da decepção,
Daquele momento danado,
Compreendi teu coração,
Como ele é partilhado.
O que padeço, desde então,
Nunca tinha imaginado.
Que estranha sensação!
Ainda, por ti, sou amado,
Ou será acomodação ?
E embora atemorizado
Mas cheio de convicção,
E de tudo tão fatigado,
Termino com a encenação.
E meu peito alvoroçado,
Da dolorosa a decisão,
Está triste e angustiado,
Receoso da solidão
Pois contigo havia sonhado.
Há tanta recordação
Mas estou atolado
Na lama da frustação.
E assim tão desolado
Bato-me pela libertação.
Quão diverge o nosso fado
E já nem és uma canção.
Eis o epílogo adiado!
Agora eu é que digo,..... NÃO!