sábado, 27 de novembro de 2010

POEMAS DO DESESPERO - TODOS OS SONHOS DO MUNDO




Cintila, no horizonte
O teu corpo de menina
E  tua boca, minha fonte
De água pura, cristalina

Dos teus lábios jorrando
Assim clara, transparente,
Vai meus males curando
Levado vou, na torrente

E quando forma cascatas
Nelas me renovo, banhando
E por vezes, em cataratas
Multidões vai encantando

E por belos vales correndo
Tantos países atravessando
Todos eles, agradecendo,
Centos de flores, lançando

E  as terras fertilizando 
Adoça e perfuma as margens
Os terrenos férteis ficando
Tão belos como miragens

E a seu lado,  pastagens
Por bosques são salpicadas
Por aí correm aragens
E pastam, calmas, manadas

Aqui e ali ziguezagueando
Escavou um leito profundo
Em tuas aguas se vão lavando
Todas as magoas do mundo

E tanto serpenteou
Que assim vai até ao Mar
Tão belas telas pintou
Num cenário de encantar

E por fim, chegada à Foz,
O Mar te abre os seus braços.
E cantam, a uma só voz,
Enquanto trocam abraços.