sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

POEMAS DO DESESPERO - TRADIÇÕES CRIMINOSAS




Como o Natal era belo,
Em tempos que já lá vão.
Hoje é, apenas, um apelo,
Ao consumismo sem razão.

Sentados em volta da mesa,
Comem, bebem, sem parar.
Parte deles, já é obesa,
Que estarão a comemorar?

E a família em reunião,
Há gente que veio de fora.
Parecem em comunhão,
É tão solene a hora.

Em stress há vários dias,
A preparar a refeição.
São tantas as iguarias,
Há mulheres em exaustão.

Corram, corram, é Natal,
Gastem, gastem, sem parar.
Stress, ansiedade fatal,
Comam, comam, até estoirar.

Rouba-se o cabritinho à mãe,
Que passará dias a chorar.
Mate-se a cabra, também,
Serão, ambos, para devorar.

É que mães e filhos matando
Em silêncio os campos estarão
Não verei as mães chorando
Que se cumpra a tradição

E chora Deus, lá no Céu,
Incrédulo, em devastação.
O nascimento do Filho Seu,
Comemorado em alucinação.

E antes de Cristo, os que viveram?
Tantos foram, mais do que agora.
Como o Natal, eles perderam,
Como eram infelizes, outrora.

Passam séculos, inovações,
Inventos e mecanismos.
Defendem-se as tradições,
Criminosos conservadorismos.

Mas após a euforia,
A ressaca tem lugar.
Siga a vida, a monotonia,
Até outro Natal chegar.

Acuda-me a Virgem Maria,
E o Menino Jesus também.
Soubessem Eles que um dia,
O que está mal, parece bem.

                                    BOAS FESTAS !!!!!!!