quinta-feira, 7 de julho de 2011

POESIA DO DESESPERO - O ANJO E O MENINO





Assim triste, pensativo
Nunca pudeste chorar
Tens um rosto de cativo
De tristeza, a meditar.

Nunca soubeste sorrir
Jamais ousaste sonhar
Quiseste apenas sentir
Nem soubeste desejar.

Será que já pressentias?
O quanto irias sofrer?
E em menino, já sabias?
Que, um dia, irias morrer?

 Porque pareces distante
Ausente e desanimado.
Era pacífico o teu presente
Ainda não tinhas passado.

E tua irmã, a teu lado
Parecias adivinhar.
Já havias suspeitado
Que logo te iria deixar.

Partiu criança, da vida
Morte atroz e traiçoeira.
Mas desde a sua partida
Tu a sentes, companheira.

É o teu anjo da guarda
Tens sido a sua missão.
Se aflito, ela não tarda
Acorre e dá-te a mão.

DÁ-ME A TUA MÃO, AGORA…
E mais uma vez me deste a mão.




Sorrirás por fim, menino
Teus olhos irão brilhar.
Nada temas do destino
                   Aprenderás a sonhar.