É Outono, a
desfolhada,
Folhas soltas cobrem o
chão.
São cartas para a
minha amada,
Lamentos de solidão.
Arrastadas pelos
ventos,
Em todas as direções
Espalham os meus
lamentos,
Que mais parecem orações.
São cartas inacabadas,
Palavras que foram desfeitas.
Pelas lágrimas derramadas,
Em prosas que eram perfeitas.
São apelos sem
endereço,
Que, em tempos, o
perdi.
É por amor o que
padeço,
É a solidão que
aprendi.
É Outono, dias cinzentos,
Uma nuvem a desabar.
Alivia-se de meus tormentos,
Em cascatas de assombrar.
*VERSOS, DA INFÂNCIA DA ESCRITA, REVISTOS E REPUBLICADOS.