A esperança na adversidade.
A sorte que não se consente.
Numa vida em debandada,
De tudo, cheia de nada,
Um vazio que se sente,
Dor sentida, de saudade.
O seu rosto sem idade,
O cabelo escuro, rente.
A voz doce é timbrada.
Tem a beleza de fada,
O olhar terno e quente,
Uma expressão de bondade.
E em dias de serenidade,
Impera em minha mente,
A visão da musa sonhada.
Mas que, por ser inventada,
Jamais estará presente,
Deserta a minha cidade.
Meu refugio na ansiedade,
Compensação de amor ausente.
Peregrinos na mesma estrada,
Nas aflições, recordada,
Rogo que se faça gente,
Antes que seja tarde.