quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

POEMAS DO DESESPERO - ALMA EM PEDAÇOS






O mais lancinante pesar
Se apoderou do meu ser.
Que a morte, se ela chegar
Queime o que há por arder



Quebrados os nossos laços
Da minha, tua alma voou.
E a minha, em mil pedaços
Foi ao fundo, naufragou.

Nada resta, tu partiste
Minhas asas estão caídas.
Da vida já me despiste
Trajo dores nunca vestidas.

E minha alma apavorada
Pede auxílio a protetores.
De tão batida, flagelada
Assim cheia de temores.

Esquecida por seu amor
Saudosa de tempos passados.
Mergulhada em sua dor
Lança apelos desesperados.

Perdida, procura a saída
Já do mundo se retirou.
Não há rumo para a vida
Se sopro ainda sobrou.

E minha alma padecida
Vazia, seca, gelada,
Na inércia jaz perdida
Num lodaçal atolada.

E observa, indiferente
E tão pouco se interroga.
Se quem passa à sua frente
Também em dores se afoga.

E nem isso lhe interessa
Nem lhe causa qualquer dano.
Assim parada, sem pressa
Aguarda que caia o pano.