No tempo me vou enredando
Indecisões, desertos em mim.
Das batalhas que vou travando
Ficam chagas, dores sem fim.
Em busca da felicidade,
Que, incauto, desperdicei.
E se me vem a saudade?
De amores de que nem sei?
E meu coração gemendo
Cercado de prostração.
Para esquecer vai bebendo
E já despediu a razão.
E grita minha alma chorosa
Irmã da mente sombria.
Que diga numa só prosa
Como encontrar a alegria.
E que sonha, o que implora?
Meu pobre coração indeciso.
Que ao romper de uma aurora
Irrompa o amor, num sorriso.
Quem sabe, se aparecerá
Trazendo paz, luz, harmonia.
E a esperança renascerá
E me encantará noite e dia.
Mas amor, assim escondido
Não temes que passe a hora?
E se tudo estiver perdido?
Porque te lançei, borda fora?
Para fora do meu navio
Que mete água, mas flutua.
E que ainda sobe o rio
E que, como sempre, recua.
É que sendo o rio juncado
De minas por explodir.
E um barco naufragado
A ninguém poderá servir
Ainda procura um caminho
Aguas calmas, quer navegar.
Talvez encontre um portinho