Assim triste, pensativo
Nunca pudeste chorar
Tens um rosto de cativo
De tristeza, a meditar.
Nunca soubeste sorrir
Jamais ousaste sonhar
Quiseste apenas sentir
Nem soubeste desejar.
Será que já pressentias?
O quanto irias sofrer?
E em menino, já sabias?
Que, um dia, irias morrer?
Porque pareces distante
Ausente e desanimado.
Era pacífico o teu presente
Ainda não tinhas passado.
E tua irmã, a teu lado
Parecias adivinhar.
Já havias suspeitado
Que logo te iria deixar.
Partiu criança, da vida
Morte atroz e traiçoeira.
Mas desde a sua partida
Tu a sentes, companheira.
É o teu anjo da guarda
Tens sido a sua missão.
Se aflito, ela não tarda
Acorre e dá-te a mão.
DÁ-ME A TUA MÃO, AGORA…
E mais uma vez me deste a mão.
E mais uma vez me deste a mão.
Sorrirás por fim, menino
Teus olhos irão brilhar.
Nada temas do destino
Aprenderás a sonhar.